A sensibilidade da faixa costeira e os fogos florestais são duas das consequências das alterações climáticas que mais podem afectar Portugal, sendo necessário adoptar, rapidamente, comportamentos que permitam minimizar os efeitos das mudanças no clima.
O alerta foi feito hoje por Eduardo Oliveira Fernandes, presidente da Agência de Energia do Porto, em declarações à Lusa à margem da conferência «Alterações climáticas: perspectivas para a acção agora e aqui», promovida pela Universidade do Porto.
«As alterações climáticas são um problema à escala global, mas é muito importante que as comunidades ao nível local tomem consciência de que, se as causas estão associadas à actividade humana, é preciso que as pessoas assumam a sua quota de responsabilidade», afirmou o responsável.
Para este especialista, é necessário ter em atenção que «a poluição que conta em termos globais, também tem uma quota que pertence a cada um de nós».
Eduardo Oliveira Fernandes salientou que, em termos de consequências das alterações climáticas, Portugal tem duas áreas em que é especialmente sensível - a faixa costeira e os fogos florestais - «para as quais é necessário saber como reagir».
«Quer na faixa costeira, quer ao nível dos incêndios florestais, os problemas já existem, como facilmente se percebe até por exemplos recentes, mas a tendência é para se agravarem com as alterações climáticas», frisou o especialista.
Nesse sentido, defendeu a necessidade de se «começar a fazer o trabalho de casa», até porque o comportamento que é necessário adoptar «é o mesmo de sempre, agora com mais acuidade».
«O conhecimento que hoje temos desta realidade e a certeza de que está relacionada com o comportamento humano, deve levar-nos a adoptar comportamentos mais adequados à realidade», frisou.
A conferência sobre alterações climáticas que hoje decorre durante todo o dia no salão nobre da Reitoria da Universidade do Porto reúne alguns dos melhores especialistas nacionais em questões energéticas, dinâmicas do mar, zonas costeiras e transformação do meio ambiente.
Os debates estão centrados nas vertentes em que Portugal apresenta maior vulnerabilidade, tendo como objectivo permitir um melhor conhecimento de como este problema pode afectar os portugueses.