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Generic representation of New research with algae brings hope for inflammatory bowel diseases
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Keywords
marine biomedicine
marine bioprospection
human health
O projeto Algae4IBD, que tem como parceiro o CCMAR, pretende identificar compostos de algas que sejam eficazes contra a doença inflamatória do intestino e transformá-los em alimentos funcionais e novos medicamentos.

E se a solução para uma doença crónica estivesse nos nossos oceanos, rios ou lagos? É precisamente a esta pergunta que o novo projeto de investigação Algae4IBD deverá responder nos próximos quatro anos. O projeto financiado pela União Europeia, que tem como parceiro o CCMAR, pretende identificar compostos de algas que sejam eficazes contra a doença inflamatória do intestino (DII) e transformá-los em alimentos funcionais e novos medicamentos. 

Em todo o mundo, mais de 6,8 milhões de pessoas sofrem de DII e outras doenças do sistema digestivo. A doença inflamatória do intestino, que abrange a Colite Ulcerosa e a Doença de Crohn, é uma desordem nos intestinos que causa uma inflamação prolongada. Este tipo de doenças, prejudica o sistema digestivo e está associado a um risco elevado de cancro colorretal. 

As opções de tratamento existentes são dispendiosas e nem sempre resultam eficazmente em todos os pacientes. "As pessoas que sofrem desta doença querem uma solução e já estão muito entusiasmadas com a perspetiva de que ela possa vir do nosso projeto", afirma a coordenadora, Dorit Avni do instituto de investigação MIGAL, em Israel. 

A prevalência da DII tem vindo a aumentar nas últimas décadas, especialmente nos países desenvolvidos, e está a afetar os grupos etários mais jovens. As algas podem ser o ingrediente que falta e que este consórcio espera acrescentar aos alimentos funcionais - como cereais e batidos - para prevenir, tratar e diminuir os sintomas da DII. “A pesquisa de compostos bioativos em algas e microalgas é um trabalho que está a ser desenvolvido há alguns anos, no CCMAR, e tem provado que estes organismos têm um potencial enorme para o desenvolvimento de novos produtos com aplicação nas indústrias alimentar e farmacêutica, entre outras”, afirma a nossa investigadora Luísa Barreira

Entre 14 e 15 de junho, os 21 parceiros juntaram-se para uma reunião de lançamento deste novo projeto que conta com parceiros em onze países Europeus: investigadores e especialistas em crescimento e produção de algas, gastroenterologistas, empresas de desenvolvimento de alimentos funcionais, e pequenas a médias empresas farmacêuticas. Este grupo multidisciplinar traz os conhecimentos necessários para desenvolver os produtos que irão, espera-se, prevenir e tratar esta doença. Fazem parte deste projeto os nossos investigadores Luísa Barreira, João Varela, Dina Simes e Carla Viegas, e ainda o nosso parceiro Greencolab.

O lançamento deste projeto do Horizonte 2020 pode ser uma importante fonte de esperança para todas as pessoas que lidam diariamente com este tipo de doença na Europa e em todo o mundo.